O que o mercado financeiro espera de 2017?
Após dois anos em recessão a economia brasileira começa a dar sinais de recuperação. O mercado prevê o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, ainda que moderado, 0,5%. A inflação também está convergindo para se manter dentro ou abaixo do centro da meta de 4,5%. O que contribui para a queda da Selic, que as previsões apontam que pode fechar 2017 em um dígito, coisa que já não acontece há três anos.
No cenário internacional, o principal ponto de atenção é a agenda do governo de Donald Trump. Assim, dependendo das ações de Trump, pode aumentar a volatilidade nos negócios.
Por isso, o câmbio deverá continuar volátil. Acompanhando os relatórios de diversas casas de análise, as estimativas para o dólar estão de R$ 3,00 a R$ 3,80, ou seja, sem um consenso.
Na Europa, devem continuar as preocupações quanto à intensificação dos movimentos antissistema e contra o euro, que podem impactar os mercados conforme são divulgadas as pesquisas e os resultados das eleições na Alemanha, França e Holanda.
Em relação à China, espera-se uma continuação gradual da queda de sua taxa de crescimento (soft landing), em lugar do anterior receio de “hard landing” (desaceleração brusca), que prevaleceu durante parte de 2016. Dados positivos/negativos em relação à economia chinesa podem ter impacto significativo na cotação de commodities como o minério de ferro.
Como ingressar no mercado?
Thiago Tregier, gestor de investimentos da CGR – Concórdia Gestão de Recursos, lembra que, primeiro, o importante é analisar o perfil do investidor e o objetivo da aplicação para saber se o dinheiro poderá ficar aplicado em curto, médio ou longo prazo.
Os investidores mais conservadores e com interesse em preservar o capital devem optar pelos títulos de renda fixa. Já as pessoas com perfil moderado/arrojado e com objetivo de médio e longo prazo podem alocar parte do dinheiro em ações.
As principais apostas para 2017
Samuel Torres, analista de investimentos da Spinelli Corretora, diz que os títulos prefixados ou atrelados à inflação, devido à esperada queda das taxas de juros, são considerados bons investimentos neste ano.
Ainda é recomendado investir uma parcela do dinheiro em um título com liquidez diária, que garanta o saque a qualquer momento, para uma reserva emergencial, como o Tesouro Selic. Porém, neste caso, acompanhará as movimentações da taxa.
Para opções em longo prazo são boas pedidas o Tesouro IPCA+ e em segundo lugar, Tesouro prefixado. Além disso, são interessantes os investimentos em LCI, LCA, debêntures incentivadas, CRI e CRA, devido à isenção de imposto de renda para pessoa física. Também, CDB de alguns bancos médios, que geralmente pagam taxas mais altas.
É bom investir uma parcela menor, devido ao risco, em renda variável, como ações e fundos de investimentos imobiliários. Pois, é esperado que as ações, no geral, devam apresentar boa rentabilidade em função da estabilização da economia e da queda das taxas de juros, que devem impulsionar as empresas.
“Recomendamos sempre diversificar os investimentos e evitar a concentração em ativos de alto risco, como ações, fundos de investimentos e derivativos. A exata proporção de aplicação em cada classe depende do perfil e do momento de vida de cada investidor”, conclui Samuel.
Fonte: Yahoo Notícias